domingo, 7 de novembro de 2010

Náuseas nazistas

Toda vez que vejo filmes com referências ao nazismo sinto náuseas. Vontade de vomitar. A palavra imediatamente remete a isso. Age feito um soco no estômago. A cabeça gira. Curioso é o fato de que a ficção sempre dá um jeitinho de revisitar esse capítulo triste da nossa história, uma parte que ninguém gostaria de ter para contar.
E se fôssemos  vivos naquele tempo? Alemães ou judeus? Teriamos sangue frio para aceitar a morte de milhares de pessoas – seres humanos, embora não fossem reconhecidos como tais- pelo simples fato de eles serem de origens diferentes de nós? Ou para, na segunda hipótese, esperar pacientemente nos campos de concentração, trabalhando como escravos, sofrendo as mais absurdas torturas e rezando para que morte prematura, porém inevitável, chegasse mais depressa?
O Führer deixou para as gerações que sucederam o legado da intolerância, da crueldade e da miséria humanas. Nos ensinou que, quanto mais limitada a mente de alguém, maior deve  ser o estrago causado ao seu redor.  O que dói é pensar que as vítimas tinham como único objetivo  sobreviver; isso era tudo com que podiam sonhar. E quantos Führers ainda existem por aí afora? Há resquícios dos ideais nazistas por toda parte: na ditadora que ocorreu anos depois, nas favelas, no tráfico, no crime organizado, na política, na desigualdade e no preconceito contra as diferenças.  É incrível como, passados mais de 70 anos, isso ainda condiz com a nossa realidade.
Se eu fosse alemã, seria inconformada. Se fosse judia, seria resiliente, mesmo diante da minha impotência.  Cuspiria na cara dos generais. Aliás, já matei os homens do Reich diversas vezes; não só matei como torturei, dei pontapés nas costelas, afoguei, quebrei osso por osso (minha mente é predadora de assassinos). Na oportunidade de encarar o demônio em pessoa, tocaria fogo nele, mesmo sabendo que meu destino seria também virar churrasquinho ou comida para os porcos. Pouco importa,  o sacrifício teria valido a pena.
Hitler precisou de muita gente para matar, mas não para morrer. Embora não tenham faltado inimigos que tentassem mandá-lo para o inferno,  acabou vítima de sua própria armadilha, suicidando-se com um tiro. E esse foi seu único gesto benevolente, que realmente demonstrou seu amor à pátria. O corpo, não por acaso, virou churrasquinho daqueles bem indigestos. Infelizmente, o mal-estar causado por ele não passará nunca.
Obs: Alguns filmes que ilustram esse texto:  A lista de Schindler, O Menino do Pijama Listrado, Operação Valquíria, Bastardos Inglórios e Um Homem Bom (trailer abaixo).



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