quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Clown

Dicas muito bacanas de cursos do Centro Cultural O_Barco . Para exercitar o corpo e a mente fazendo arte!



Saiba mais aqui .


domingo, 23 de janeiro de 2011

Turva



Pele áspera e rude
Sobre a face turva.
Desenlace.
Estranho disfarce
De um grande amor
Que, em um só tempo,
É afago e dor.
Mágoa de pai e filho,
Carinho de mãe e irmão.
Fissuras no coração.
Lodo que só se lava
Entre cortinas de lágrimas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

I wish you love!

Ontem assisti mais uma vez (a 3ª ), ao filme Terapia do Amor, que eu particularmente adoro. Não só pela Meryl Streep (Lisa), pela Uma Thurman (Rafi) e pelo gatíssimo Bryan Greenberg, que faz o Dave (filho de Lisa e namorado bem mais jovem de Rafi). A trilha sonora do filme é ótima também, e casa muito bem com a trama, especialmente a música I Wish you Love, que toca quando sobem os créditos finais. Uma canção tão simples, mas certamente, uma das mais bonitas que já ouvi, tanto a letra quanto a melodia. No clipe abaixo, há a tradução da letra.

I Wish You Love 

Escrita por Albert Beach e Charles Trenet.
Interpretada por Rachael Yamagata.


I wish you bluebirds in the spring
To give your heart a song to sing
And then a kiss but more than this
I wish you love

And in July a lemonade
To cool you in some leafy glade
I wish you health
And more than wealth
I wish you love

My breaking heart and I agree
That you and I could never be
So with my best
My very best
I set you free

I wish you shelter from the storm
And a cozy fire to keep you warm
And most of all
When snowflakes fall
I wish you love

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Em 2011, abra os seus armários!

A melhor coisa que fiz por mim nesses últimos tempos foi trocar os móveis do meu quarto. Eles já estavam velhos demais, corroídos pelos cupins. A cômoda, antiga,resolveu cair de vez, deixando as minhas gavetas literalmente no chão. Dá para imaginar como é escolher uma roupa nessa situação? Fica um pouco mais complicado do que já é. Juro que tinha preguiça de sair de casa ao pensar que teria que tirá-las uma de cima da outra para achar “aquela” peça; operação delicada.  Então, vi que não tinha outro jeito, era trocar os armários ou não sair mais de casa.
Que felicidade! Ter móveis novinhos só para mim! Só para mim, vírgula, ainda tenho que dividi-los com minha irmã, até que o namoro/noivado de 13 anos se converta em casório, mas vai saber quando...o apartamento que ela comprou já deveria ter sido entregue em dezembro, e a obra está bem atrasada. Enfim, vamos rezar para que até julho o prédio esteja de pé, não é, maninha?
Voltando aos armários. Logo percebi que a felicidade da nova aquisição se transformaria, se não em infelicidade, em um transtorno maior que o esperado. Para começar, as peças chegam antes do montador e tem que haver um espaço para botar toda aquela parafernalha até eles chegarem. Só que ninguém aqui em casa teve disponibilidade para desmontar o meu quarto e o dos meus pais. –Ih, dona, então onde vamos colocar as peças? – perguntaram. Onde? Minha casa é compacta, não tem lugar, só se for lá na garagem, respondeu minha mãe, abalada. – Ah dona, se for lá na garagem pode pegar chuva e aí a madeira vai empenar.
Empenar?! Como assim? De um dia para o outro? Não tínhamos outra saída. Antes que os caras começassem a ficar tensos, mamãe assinou um termo de responsabilidade por qualquer dano ao material. Mas (tinha outros mas) se colocarmos tudo na garagem, não vai sobrar espaço para o carro. Básico! Ok, uma parte vai para a copa. A mesa vai um pouco mais para o lado, o carrinho de chá – sim, ela ainda tem isso! - entra na cozinha. Agora só faltava tirar as roupas e tudo o mais de dentro dos armários e pronto. Tudo certo, só esperando o montador. A bagunça duraria um ou dois dias no máximo. Foi o que pensamos.
Como surpresa pouca é bobagem, no dia seguinte veio a notícia de que o montador não viria mais porque...porque havia brigado com a mulher e decidido voltar para a sua terra, de mala e cuia. Agora, pergunte: a loja tinha outros montadores? Na antevéspera de Natal? Impossível! E qual era a previsão? Fazer previsões em época de final de ano é complicado. Ou seja, minha família estava fadada a viver no mais completo caos por tempo indeterminado,  só por causa de problemas conjugais alheios.
Roupas amontoadas pelo chão e sobre as camas, as novas misturadas com as velhas (na verdade, mais velhas do que novas), cadernos do colegial, antigos diários, fotografias, coisas que estavam lá no cantinho escuro há muito tempo ou perto do teto, inalcançáveis, vêm à tona. Difícil se desfazer dos ursinhos carinhosos da infância, dos brinquedos, das camisetas rabiscadas pelos colegas da escola. É nessas horas que a gente percebe o quanto se agarra ao passado, mesmo que ele esteja lá só para empoeirar, e mais nada.
 Lembranças e a saudades um tempo não tão distante. Evidente que a maior parte daquilo não caberia dentro dos armários novos. E por que deveria caber? Afinal, as coisas realmente importantes, a memória se encarrega de guardar. Na segunda-feira seguinte vieram os montadores e o caos durou mais alguns dias. Depois de tudo terminado, digo que valeu a pena.

Abrir, reviver, doar, renovar, reinventar, limpar e organizar os armários dentro e fora de si, para guardar só o que realmente importa. Esse é o espírito do ano novo. Pode parecer difícil num primeiro momento, mas à medida em que os armários externos se esvaziam, os internos ficam mais cheios. E a alma... fica mais leve.

 Depois dessa história, não podia deixar de botar umas fotinhos do meu quarto para vocês verem.


Armário - ainda não está 100%, pois falta a porta espelhada

Cômoda